quinta-feira, 5 de maio de 2011

A circulação sanguínea e o coração

      Se o sistema cardiovascular é caracterizado basicamente pela circulação contínua do sangue, a bomba que o estará impulsionando constantemente através do corpo é o coração.


      O coração é um órgão muscular, oco, localizado na região do mediastino (entre os dois pulmões, superior ao músculo diafragma e posterior ao osso esterno). Ele é caracterizado pela presença de quatro cavidades: dois átrios (por onde o sangue entra no coração) e dois ventrículos (por onde o sangue sai do coração).

O coração, na região do mediastino, e suas cavidades.

      A circulação sanguínea é dividida, basicamente, em duas: circulação sistêmica (ou grande circulação) e circulação pulmonar (ou pequena circulação).
      Na circulação sistêmica, o sangue parte do ventrículo esquerdo do coração rico em oxigênio (o chamado sangue arterial) através da artéria aorta e suas ramificações e é distribuido para todos os tecidos do corpo, que absorvem o oxigênio e liberam gás carbônico. Esse sangue rico em gás carbônico (o chamado sangue venoso) volta para o coração através das veias, que se confluem em três grandes vasos que chegam ao átrio direito do coração: a veia cava superior, a veia cava inferior e o seio coronário (que só é visto na parte posterior do coração).
      Na circulação pulmonar, o sangue venoso que veio do corpo tem que ir para os pulmões a fim de ser oxigenado. Esse sangue sai do ventrículo direito do coração através da artéria do tronco pulmonar, que se ramifica em duas artérias pulmonares, uma direita e uma esquerda, que se dirigem, respectivamente, aos pulmões direito e esquerdo. Nos alvéolos pulmonares, as últimas estruturas no interior dos pulmões, acontece um dos processos mais torados e bombados do corpo humano, digno de Chuck Norris: a HEMATOSE. Nesse processo, o gás carbônico que estava no sangue vai para o ar que foi inspirado e o oxigênio que estava no ar vai para o sangue. Isso explica porque inspiramos oxigênio (O2) e expiramos gás carbônico (CO2). Ou seja, através da hematose o sangue deixa de ser venoso e volta a ser arterial! Pow! Agora que o sangue está pronto para ser distribuido pelo corpo, ele volta para o átrio esquerdo do coração através de quatro veias pulmonares.

Esquema torado da circulação do sangue.

      O coração é formado por musculo estriado cardíaco e é o único lugar do corpo onde é possivel encontrar essa musculatura. Esse músculo como um todo, o miocárdio, é revestido internamente por uma delgada camada de epitélio e lâmina basal: o endocárdio. Por outro lado, revestindo o miocárdio externamente está o pericárdio, que é formado por duas membranas: o pericárdio parietal, que é mais externo, voltado para o mediastino, e o pericárdio visceral (epicárdio), mais interno, que entra em contato direto com o miocárdio.

Corte transversal da parede cardíaca.
     
       Internamente, o miocárdio forma paredes musculares que individualizam as quatro cavidades cardíacas. Essas paredes são chamadas de septos. O septo que separa os dois átrios é chamado de septo interatrial. O septo que separa os dois ventrículos é chamado de septo interventricular. Entre os átrios e os ventrículos estão os septos atrioventriculares, um direito e um esquerdo. Contudo, o septo atrioventricular não separa completamente o átrio do ventrículo abaixo dele pois o sanque precisa fluir de uma cavidade para a outra. Dessa forma, entre um átrio e o ventrículo do mesmo lado existe uma comunicação, uma abertura no septo: o óstio atrioventricular.

Os septos cardíacos.
      
      Ainda que, na fase adulta, o lado direito do coração seja completamente individualizado do lado esquerdo, na fase embrionária há uma comunicação entre os átrios esquerdo e direito: o óstio oval. Ao nascermos, contudo, esse óstio se fecha, deixando apenas um vestígio de sua existência que pode ser visualizado no lado direito do septo interatrial. Essa "cicatriz" é chamada de fossa oval.

Estruturas internas do coração. No interior do átrio direito, em destaque, está a fossa oval.

      Por se tratar de uma bomba, o coração está constantemente se contraindo, impulsionando o sangue de seu interior para fora. Contudo, as contrações cardíacas são marcadas por serem independentes umas das outras. Ou seja, um átrio pode estar contraido enquanto o ventrículo está relaxado e virce-versa. A circulação do sangue no interior do coração só acontece por conta disso. Se o coração contraísse e relaxasse todas as suas câmaras ao mesmo tempo, o sangue jamais seria bombeado com uma eficiência satisfatória. 
      Cada vez que um átrio realiza sístole (contrai), o ventrículo do mesmo lado realiza diástole (relaxa), permitindo que o sangue flua de cima para baixo. Quando o ventrículo realiza sístole, o sangue é bombeado para fora do coração, ao mesmo tempo que o átrio acima dele realiza diástole, permitindo que o sangue entre no coração. As estruturas que  permitem que o sangue flua dos átrios para os ventrículos mas impedem que haja refluxo dos ventrículos para os átrios são as valvas artrioventriculares.
      As valvas atrioventriculares se localizam nos óstios atrioventriculares (uma em cada óstio). Elas são formadas for filamentos que se projetam para o interior do ventrículo (as cordas tendíneas) e se fixam em elevações da musculatura do interior do mesmo (os músculos papilares). As cordas tendíneas se unem, formando estruturas maiores que são as válvulas (ou cúspides). As válvulas, por sua vez, são as estruturas que se unem e formam as valvas. Do lado direito, a valva atrioventricular é formada por três cúspides, sendo chamada de valva tricúspide. Do lado esquerdo, a valva é formada por apenas duas cúspides, de tal forma que se assemelha a uma mitra (aquele chapéu do papa), sendo chamada de valva mitral.

Valva tricúspide aberta mostrando as cordas tendíneas, que se prendem aos músculos papilares.
 
      Da mesma forma que as valvas atrioventriculares impedem o refluxo sanguíneo de um ventrículo para o átrio, existem estruturas que impedem que o sangue que sai do coração e vai para uma artéria retorne ao ventrículo de onde partiu. Estas são as valvas arteriais. Elas se localizam entre um ventrículo e a artéria que dele sai. Contudo, ainda que tenham basicamente as mesmas funções das valvas atrioventriculares, as valvas arteriais possuem uma estrutura diferente. Elas não são formadas por cordas tendíneas e sim por estruturas em formato de meia-lua que são chamadas de válvulas semilunares. Cada valva arterial é formada por três válvulas semilunares. A valva que se localiza entre o ventrículo direito e a artéria do tronco pulmonar é a valva do tronco pulmonar. Por outro lado, a valva que se localiza entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta é a valva aórtica (ou valva da aorta, dá no mesmo).

por Wenderson Lima

Um comentário:

  1. Muito legal o blog, já ajudou um bocado no resumo ^^

    to esperando mais postagens pra me ajudar nas AV2 !!

    vlw wend!!

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